Guiné-Bissau. Políticas, economia de desenvolvimento e perspetivas de futuro


Por João Teodoro Miguel
Mestre em Economia, Políticas e Culturas.
Investigador em Estudos Africanos e Pós-Coloniais da Universidade Lusófona

Neste breve artigo sobre a Guiné-Bissau vou tentar abordar as políticas focadas para a economia do desenvolvimento e as suas perspetivas futuras. No meu anterior artigo evidenciei a constante problemática na instabilidade política vivida neste país. Dando origem a grandes dificuldades do Estado em poder desenvolver as reformas que a Guiné-Bissau necessita. Decorreram ainda poucos dias em que mais uma movimentação de instabilidade foi vivida no país, acrescida também, pelo falecimento do Presidente da República.

É indubitável que na Guiné-Bissau o conceito de unidade nacional, e a existência de um Estado verdadeiro e fulcral, se sobreponha aos interesses específicos dos indivíduos, das suas regiões ou das inúmeras etnias guineenses. Se, o Estado não é considerado, as políticas de desenvolvimento encontram contrariedades acrescidas na sua execução, assim, como nas reformas a levar a efeito no país, abrindo caminho à proliferação da corrupção dos agentes decisores.


A atual crise internacional é nos dias de hoje um tema ubíquo nos noticiários e nas análises e debates feitos sobre políticas de desenvolvimento. As opções, as prioridades públicas e estratégicas e modos de desenvolvimento. De referir que o desenvolvimento económico na Guiné-Bissau acelerou levemente em seis décimas de 2009 para 2010, fixando-se em 3,6% em 2010. O aumento do preço da castanha de caju, bem como o aumento da procura mundial tem atenuado outras diminuições de receitas. Não obstante, a continuação da instabilidade política originou que por parte da União Europeia (UE) fossem retirados alguns apoios.

Aliás, tal como Adelino Torres refere “ A ajuda ao desenvolvimento, em especial a APD (Ajuda Pública ao Desenvolvimento) tenta colmatar os `buracos negros´ de um endividamento a que só os `países emergentes´ estão em condições de resolver (Brasil, Índia e China…), mas hoje mais do que nunca essa ajuda justifica-se pelo menos por duas razões: a primeira releva da solidariedade de interesses bem compreendidos e de necessidades mútuas (e não apenas dos PED). A segunda pertence ao domínio da racionalidade económica.”
Na verdade o país está perante uma crise gerada por falhas do Estado. A Guiné-Bissau persiste a ser excessivamente interdependente da agricultura de subsistência e da exportação de castanha de caju e também da ajuda externa. A avaliação da exploração dos seus recursos minerais, é outro ponto com grande potencial.
A principal medida para a saída do país desta apatia requer mudanças fundamentais, nos paradigmas políticos e económicos de produção, acervo, multiplicação e redistribuição da renda. Estas mudanças podem ocorrer por via de processos políticos, mas tal mudança para progredir, deve ter em consideração a diminuição da pobreza em todas as vertentes que as Nações Unidas recomendam.

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